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quinta-feira, março 06, 2008

Há coisas fantásticas, não há!?

A cotação do café subiu 30% nos últimos anos nos mercados internacionais. Uma realidade que os empresários do sector têm evitado reflectir no preço final de venda aos consumidores mas que deverá em breve obrigar a um aumento da «bica».

A Agência Financeira contactou a Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP) e a má notícia, que já se previa, confirma-se: os cafés e pastelarias terão de ceder e aumentar também os preços.

Segundo o secretário-geral da associação, José Manuel Esteves, o preço médio do café em Portugal é de 55 cêntimos e o mais provável é que suba para os 60 cêntimos, uma actualização que não reflectirá na totalidade a valorização da matéria-prima.

Na opinião do mesmo, a grande responsável pela subida da cotação do café é a «especulação dos fundos de investimento anónimos que estão a fazer disparar os preços com a desculpa de que existe escassez de produção. Já aconteceu o mesmo com vários produtos alimentares, como foi o caso dos cereais, que fez levar ao recente aumento do pão e agora alastrou ao café. Mas na verdade não há falta de produção, o Brasil e outros produtores até têm produção a mais que não conseguem escoar».

José Manuel Esteves revela ainda que estes fundos de investimento anónimos «estão a comprar empresas de torrefacção em Portugal porque descobriram que isso é um grande negócio». É que o quilo de café está a ser vendido à restauração por 20 euros quando o preço justo deveria ser de 4 euros por quilo. «Pagamos o café mais caro da Europa e, ao mesmo tempo, vendemos o café mais barato da Europa. O país mais próximo de nós em termos de preços é a Macedónia que cobra 1 euro por café em média, enquanto que a Holanda cobra o preço médio mais caro que é de 3 euros».

Tem havido resistência

Há já alguns anos que os empresários da restauração e bebidas tentam resistir às pressões para aumentar o preço do café, mas agora consideram que muito dificilmente conseguirão conter os valores. «O preço do café em Portugal é um preço social. Há 6 anos (desde 2002, quando entrou a nova moeda) que o preço médio de venda em Portugal não aumenta apesar da subida das matérias-primas, da energia, dos transportes e da carga fiscal», lembra o secretário-geral.

Mesmo agora os empresários não querem aproximar a realidade portuguesa da do resto da Europa até porque «temos uma cultura de trabalhar com margens pequenas e temos muito orgulho em vender o café mais barato da Europa e nos distinguirmos pelo serviço de elevada qualidade», mas a associação admite que «a inflação em Portugal vai disparar».

Uma realidade que é fácil de adivinhar tendo em conta os recentes aumentos nos preços dos alimentos e o peso que os produtos alimentares têm na inflação em Portugal. «As farinhas, as margarinas, os óleos e outros produtos de origem animal, além dos transportes e da energia estão mais caros e isto é uma cadeia tal de aumentos que já nos está a obrigar a aumentar os preços de vários produtos alimentares, como pastelaria, padaria e refeições», alertou José Manuel Esteves, acrescentando que a tendência é para continuar e com certeza vai-se reflectir no bolsos dos portugueses.


In Agência Financeira

2 comentários:

Anónimo disse...

Bão trabalhar, cambada de badios.

Anónimo disse...

pois é, a notícia do aumento do preço do café é má para quem bebe café, que não é o meu caso, no entanto dada a minha anterior profissão, auditar lojas (incluindo as de restauração), posso dizer com toda a segurança que a afirmação do secretário geral, transcrita neste post, é falsa uma vez que os preços do café têm vindo a subir... exerci esta profissão por cinco (sim, cinco)anos e sei que o café subiu de preço quase todos os anos, como é o caso da delta e boundi (só para referir algumas). Estas duas marcas, possuiem lojas/quiosques onde servem café e pouco mais, praticam preços que rondam a ordem dos 60/65 centimos, logo o preço médio que o dito secretário geral afirma, também está desactualizado, uma vez que este preço é practicado por quase todas as cafetarias. Provavelmente, o preço que o secretário geral diz como sendo médio,é referente a um estudo (se é que estes senhores fazem essas coisas) antigo e está desfasado com a realidade actual.
já agora a esta da especulação dos mercados é uma boa jogada para valorizar os preços, tanto das materias primas como das acções das empresas! se bem me lembro outros já o fizeram e também deu certo!