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terça-feira, fevereiro 12, 2008

Continuação...

A Polícia Judiciária passou o dia de ontem em buscas a entidades envolvidas no processo de transferência do projecto de urbanização da Aldeia do Meco para a mata de Sesimbra, que foi desencadeado por Isaltino Morais e concluído por Luís Nobre Guedes quando ambos eram ministros no Governo de Durão Barroso.



Espart, empresa do Grupo Espírito Santo, Pelicano, Investimento Imobiliário – promotor do projecto detido em 50 por cento pelo Grupo GES com a Espart – e Câmara de Sesimbra foram passados a pente fino pelos investigadores, que apreenderam inúmeros documentos.

Ao que o Correio da Manhã apurou, no centro das suspeitas está o novo projecto de urbanização apresentado pela Pelicano para a mata de Sesimbra, após o actual ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, ter declarado nulo o chamado acordo do Meco. No essencial, suspeita-se que o novo projecto de urbanização para tenha sido planeado com vista “a introduzir alterações no Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra”, segundo fonte conhecedora do processo. A par disto estão em causa suspeitas de abuso de poder e corrupção.

Com mais de um ano de duração, esta investigação da Polícia Judiciária foi desencadeada ontem como medida de prevenção, dado que o Plano de Pormenor do novo empreendimento da Mata de Sesimbra é discutido na próxima sexta-feira na assembleia municipal da autarquia local.

Pelicano, Grupo Espírito Santo e Câmara Municipal de Sesimbra confirmaram as buscas efectuadas.

De acordo com o presidente da Câmara de Sesimbra, as buscas decorreram no âmbito do projecto 18/2005 do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), mas o mandado não explicitava o objectivo das mesmas.

Os inspectores da Judiciária revistaram o gabinete do presidente da Câmara de Sesimbra, os departamentos de Planeamento Urbanístico e Financeiro, sendo que deste último não levaram quaisquer dados. Já dos dois primeiros a polícia recolheu vários documentos, entre os quais cópias da versão final do Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra e de pareceres de diversas entidades sobre a elaboração deste plano, incluindo o parecer da Procuradoria-Geral da República, que está publicado em Diário da República.

Foi o acordo estabelecido entre o Estado português e o seu homólogo alemão (ao abrigo da protecção do investimento estrangeiro) quando Isaltino Morais era ministro das Cidades e do Ordenamento do Território que garantiu a transferência do projecto de urbanização da Aldeia do Meco para a mata de Sesimbra.

Uma vez que o Ministério do Ambiente declarou este acordo nulo, a Pelicano e a Espart apresentaram um novo projecto.

CÂMARA GARANTE TRANSPARÊNCIA

O presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, garantiu ontem que o processo do empreendimento projectado para a mata de Sesimbra tem sido tratado com a máxima “transparência” e afirmou estar “tranquilo e disponível para colaborar com a investigação”. Augusto Pólvora revelou ao CM que as buscas na Câmara estiveram relacionadas com a permuta de direitos de construção da Aldeia do Meco para a mata de Sesimbra. Buscas que ocorreram dias antes de o novo Plano de Pormenor do empreendimento da mata de Sesimbra ir a discussão na assembleia municipal numa versão que reduz consideravelmente o número de camas projectadas. Com esta redução o Estado poderá ter de pagar uma indemnização à Alemanha. É que o projecto inicialmente previsto para a Aldeia do Meco e travado por questões ambientais pertencia a um consórcio luso-alemão. Na altura em que a construção no Meco foi inviabilizada, a Alemanha ameaçou levar Portugal a tribunal, situação contornada com o acordo obtido.

NOBRE GUEDES HOMOLGOU

O acordo de transferência dos direitos de construção da Aldeia do Meco para a mata de Sesimbra foi homologado já sob a tutela de Luís Nobre Guedes quando ocupou a pasta do Ministério do Ambiente.

Nobre Guedes deu a luz verde final ao projecto ao homologar o parecer da Procuradoria-Geral da República sobre o mesmo assunto.

SAIBA MAIS

- 315 000 metros quadrados é a área de construção do empreendimento urbanístico transferido da Aldeia do Meco para a mata de Sesimbra.

- 19 389 camas é a capacidade de alojamento prevista no novo projecto da mata de Sesimbra. O plano original previa perto de 32 mil camas, já que englobava as projectadas para a Aldeia do Meco.

ORIGEM

O projecto de urbanização na Aldeia do Meco foi aprovado em 31 de Agosto de 1973 pela Direcção-Geral do Turismo. O projecto é da Sociedade Aldeia do Meco – Sociedade para o Desenvolvimento Turístico, com maioria de capital alemão.

TRIBUNAL

Em Novembro de 2001 o governo alemão comunica ao Governo português que quer submeter a tribunal arbitral a divergência entre o Estado português e a empresa. Em 2003, o então ministro Isaltino Morais aprova a transferência do projecto.
António Sérgio Azenha / Eduardo Dâmaso / Sandra R. dos Santos

9 comentários:

Anónimo disse...

E se a PJ não encontrar nenhuma irregularidade no Plano da Mata? Aposto que os dois ou três "marretas" que tanto se têm oposto ao possivel desenvolvimento pela via turistica do concelho, vão dizer que a PJ é corrupta.

Anónimo disse...

E se a PJ encontrar irregularidades no plano da Mata?

Anónimo disse...

Cuidado com os especuladores e com a sua ânsia predadora de lucro.

Anónimo disse...

Os comunistas andam ansiosos.Afastem-se deles.

Anónimo disse...

Consta por aí que os deputados do PS na AM decidiram abandonar a sessão antes da discussão e votação do Plano da Mata de Sesimbra e irem para casa alimentar os blogs sobre este tema.
Pelos vistos, para eles, essa é a forma mais participativa e democrática de discutirem os temas importantes para o futuro do nosso concelho.
O povo tirará as devidas ilacções…

Anónimo disse...

Sempre disponivel para opinar e comentar os assuntos que fazem história no concelho, aconcelho-o numa visita à Tesoura de Atarracar (tesoura-de-atarracar.blogspot.com). É estranho que até os "bloguistas" mais famosos, fujam de opinar sobre o que se terá passado na última assembleia municipal... É sempre bom, ouvir outras opiniões...

Anónimo disse...

E da mata o que pensam os munícipes?!...

Anónimo disse...

O que seria mesmo bom era a Câmara publicar na íntegra o mandado de busca e apreensão.
Aí sim se vê, que são mais as dúvidas do que as certezas.
Assim é que não, aprovar a correr se não há certezas e se as dúvidas são mais que muitas.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 17/2/08 23:05

Tenha calma, olhe que a procissão ainda vai no adro e fogueira está pronta, estamos à espera do "boi".
Veja lá não se queime, na língua claro está!